Um jornal sem política, assim prescrevia outro colaborador de Coimbra, no caso um que assinava "João Ninguém":
"Duas coisas me moveram a acceitar o vosso amavel convite de collaboração: a minha amizade por vós (…) e eu saber que o vosso jornal não tinha política, senhora com quem não tenho relações, mas que me parece pessoa detestavel, pelos males que lhe tenho visto causar e pelas patifarias e injustiças que lhe tenho visto praticar.
E então numa terra pequena?!
Ella mette-se em casa dos grandes, d'olho manhoso e sorriso matreiro, ouve o que os patrões dizem e vai contal-o aos criados; vai até á cosinha cheirar as panellas e provar os guizados, ouve os criados dizer mal dos patrões, ajuda-os nisso se fôr preciso e vai para a sala dizer tudo quanto ouviu, se é que não accrescenta alguma coisa da sua lavra (…)".
Um cartão de apresentação que renegava a "política", esta com costas largas para acoitar todos os males, quase todas as perfídias acima da terra praticadas.
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