Nota 3 — O ano de 1909 entrara com ministério da presidência do regenerador Campos Henriques, que tomara posse a 25 de Dezembro de 1908.
Segundo Damião Peres, o novo governo foi recebido como de reacção ao avanço da onda republicana, como um ministério de defesa monárquica.
A 2 de Fevereiro realizara-se a assembleia do partido regenerador, tendo faltado ao plenário alguns dos seus mais reputados "marechais".
A 10 de Fevereiro teve lugar, em Vila Viçosa, um encontro entre os reis de Portugal e de Espanha. Este encontro — e continuaremos a seguir Damião Peres —, levantou grande celeuma nos arraiais republicanos, alentando certas esperanças nalguns sectores monárquicos.
"A nova sessão legislativa anunciou-se, logo de entrada, tumultuosa. Uma proposta de lei do ministro Espregueira, para um empréstimo de quatro mil contos foi combatida com a maior violência.
As oposições tentaram conseguir a constituição duma comissão parlamentar de inquérito. A maioria recusou-a. Rebentou o tumulto. Um deputado munido duma pá de bater bifes, foi despedaçando várias acrteiras, enquanto os outros repetiam em grita: — Inquérito! Inquérito!".
Campos Henriques demite-se, sendo substituído por Sebastião Teles, em ministério de duração fugaz, cumprindo apenas 27 dias de governação.
Peres, Damião. "História de Portugal", volume VII, Portucalense Editora, Barcelos, 1935, pág. 449 e 450.
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