Nota 9 — O governo era agora presidido pelo regenerador dissidente Venceslau de Lima. Substituíra o progressita Sebastião Teles a 14 de Maio, e haveria de manter-se no cargo até 22 de Dezembro.
O convénio com o Transvaal perturbara bastante o periclitante ministério de Sebastião Teles. Damião Peres retrata assim a situação vivida entre Abril e Maio de 1909:
"Uma questão, levantada em volta dum convénio entre o Govêrno de Moçambique e o Transvaal àcêrca do fornecimento de mão de obra indígena para as minas do Rand, serviu para atribular a curta existência dêsse gabinete. O debate generalizou-se nas duas Câmaras com grande ruído. Na dos Pares, o Conde de Arnoso voltava a clamar por uma investigação rigorosa do regicídio.
À frente do Juízo de Instrução Criminal fôra colocado o magistrado de carreira, António Emílio de Almeida Azevedo, que intentava uma acção de certo vigor contra as sociedades secretas. Logo contra o Irmão Hoche (nome maçónico que o Juiz adoptara quando iniciado na Maçonaria) rompeu uma campanha acesa dos jornais de esquerda.
Não afrouxavam a propaganda nos quartéis nem as aliciações dos oficiais para a revolução republicana.
O govêrno Sebastião Teles, politicamente muito fraco, a-pesar de ter maioria de votos, não podia sustentar-se. Em vão apelou para a dissolução parlamentar. Teve, por isso, que demitir-se".
Peres, Damião. Obra citada, pág. 450 e 451.
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